Conheça a construção que inspirou o poeta Vinícius de Moraes a compor seu famoso poema infantil. Era uma casa muito engraçada/Não tinha teto...
Conheça a construção que inspirou o poeta Vinícius de Moraes a compor seu famoso poema infantil.
Assim se iniciava os versos do poema A Casa que foi musicado para o disco infantil A Arca de Noé, de 1980.
O que pouca gente sabe é que o final original de A Casa era:
Vilaró era o artista uruguaio Carlos Páez Vilaró. Sendo a tal "casa muito engraçada", a Casapueblo, sua mais suntuosa obra. Vilaró era artista plástico, cieneasta e escritor - um "fazedor de coisas" como ele se autodefiniu.
Em 1958 comprou um terreno de frente para o mar no leste da península pitoresca de Punta Ballena, então praticamente deserta, e construiu ali um pequeno chalé de madeira que com o tempo foi sendo ampliado e reformado até se transformar na "Casapueblo" (literalmente, "Casa-Vila", em espanhol).
Denominada pelo próprio Vilaró como uma "escultura habitável", o complexo de cimento pintado de branco - "para interagir com o azul do céu", segundo ele - que se assemelhava a uma cidadela aos poucos deixou de ser apenas o seu lar e se converteu em seu ateliê, e, eventualmente, museu.
Embora tenha continuado a habitar o local, Vilaró continuou a expandi-lo continuamente, criando por vezes um quarto diferente para determinado hóspede (são mais de 70 quarto batizados com o nome de seus primeiros hóspedes: Pelé, Alain Delon, Brigitte Bardot, Robert de Niro, Vinícius de Moraes), até que acabou por abrir uma seção do local aos turistas, transformando-a num hotel, que até hoje é uma das principais atrações turísticas do departamento de Maldonado. Segundo ele próprio, numa entrevista dada em 1979:
Vinícius, que foi embaixador do Brasil no Uruguai por um tempo, era amigo de Vilaró e presença constante na Casapueblo. Certa manhã, para agradar às filhas do artista, começou a improvisar a trova infantiol: Era uma casa muito engraçada... Gostou do resultado, e mais tarde, com alguns ajuste aqui e ali, saiu a poesia. E a música.
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
A tal casa continuou a ser construída até sua morte, em fevereiro deste ano, aos 90 anos. Vilaró morou até o fim de sua vida na parte mais alta da edificação.
Fonte: Brasil - Almanaque de Cultura Popular n° 183 - Outubro de 2014, Wikipedia
[Via BBA]
Era uma casa muito engraçada/Não tinha teto, não tinha nada
Assim se iniciava os versos do poema A Casa que foi musicado para o disco infantil A Arca de Noé, de 1980.
O que pouca gente sabe é que o final original de A Casa era:
Mas era feita com pororó/Era a casa de Vilaró.
Vilaró era o artista uruguaio Carlos Páez Vilaró. Sendo a tal "casa muito engraçada", a Casapueblo, sua mais suntuosa obra. Vilaró era artista plástico, cieneasta e escritor - um "fazedor de coisas" como ele se autodefiniu.
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| Carlos Páez Vilaró |
Denominada pelo próprio Vilaró como uma "escultura habitável", o complexo de cimento pintado de branco - "para interagir com o azul do céu", segundo ele - que se assemelhava a uma cidadela aos poucos deixou de ser apenas o seu lar e se converteu em seu ateliê, e, eventualmente, museu.
Embora tenha continuado a habitar o local, Vilaró continuou a expandi-lo continuamente, criando por vezes um quarto diferente para determinado hóspede (são mais de 70 quarto batizados com o nome de seus primeiros hóspedes: Pelé, Alain Delon, Brigitte Bardot, Robert de Niro, Vinícius de Moraes), até que acabou por abrir uma seção do local aos turistas, transformando-a num hotel, que até hoje é uma das principais atrações turísticas do departamento de Maldonado. Segundo ele próprio, numa entrevista dada em 1979:
Construi-a como se tratasse de uma escultura habitável, sem planejar antecipadamente, seguindo principalmente o meu entusiasmo. Quando o governo municipal me pediu, há pouco tempo, a planta do projeto - que eu não tinha - um amigo arquiteto teve que passar um mês estudando a maneira de decifrá-la.
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| Sim, é possível dormir na rede, porque a casa tem parede. Mas também tem cama se o hóspede preferir. |
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| Sim. Era feita com muito esmero. |
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
A tal casa continuou a ser construída até sua morte, em fevereiro deste ano, aos 90 anos. Vilaró morou até o fim de sua vida na parte mais alta da edificação.
Fonte: Brasil - Almanaque de Cultura Popular n° 183 - Outubro de 2014, Wikipedia
[Via BBA]
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