Em 17 de março de 2014, um grupo de físicos anunciou uma descoberta emocionante: as informações que indicam, sem sombra de dúvida, um univer...
Em 17 de março de 2014, um grupo de físicos anunciou uma descoberta emocionante: as informações que indicam, sem sombra de dúvida, um universo inflacionário, uma pista do Big Bang. Para os leigos, o que isso significa? O TED pediu que Allan Adams explicasse brevemente os resultados nesta palestra improvisada, ilustrada por Randall Munroe do xkcd.
Se olharmos o céu noturno lá longe, vemos estrelas, e se olharmos mais longe, vemos mais estrelas, e mais longe, galáxias, e mais longe, mais galáxias. Mas se continuarmos olhando cada vez mais longe, chega uma hora em que não vemos nada por um tempo, até que, finalmente, vemos um brilho fraco, quase desaparecendo e esse é o brilho do Big Bang.
Bem, o Big Bang foi uma época no início do universo quando tudo que vemos no céu noturno estava condensado em uma massa incrivelmente pequena, quente e turva e dela surgiu tudo o que vemos.
Bem, nós mapeamos esse brilho com grande precisão, e quando digo nós, quero dizer pessoas que não sou eu. Nós mapeamos o brilho com precisão espetacular, e uma das grandes surpresas é que ele é quase completamente uniforme. 14 bilhões de anos-luz para lá e 14 bilhões de anos-luz para cá, é a mesma temperatura. Agora já se passaram 13 bilhões de anos desde o Big Bang, e assim ele ficou fraco e frio. Atualmente são 2,7 graus. Mas não 2,7 graus exatamente. São só 2,7 graus mais ou menos em 10 partes por milhão. Para cá é um pouco mais quente, e para lá, um pouco mais frio, e isso é incrivelmente importante a todos neste salão, porque onde estava um pouco mais quente, havia mais matéria, e onde havia mais matéria, nós temos as galáxias e os conjuntos de galáxias e superconjuntos e toda a estrutura que vemos no cosmo. E aquelas pequenas heterogeneidades, 20 partes em um milhão, elas foram formadas por torções quânticas naquele universo primitivo que estava em expansão ao longo de todo o comprimento do cosmo. Isso é espetacular.
E não foi isso que eles descobriram na segunda-feira; o que descobriram é mais legal. Foi isto que eles descobriram na segunda: Imaginem um sino, e vocês acertam o sino com um martelo. O que acontece? Ele ressoa. Mas se esperarmos, o som diminui e diminui cada vez mais até que nem conseguimos mais notar. Agora, o universo primitivo era incrivelmente denso, como um metal, muito mais denso, e se o acertássemos, ele ressoaria, mas a coisa que ressoaria seria a própria estrutura do espaço-tempo, e o martelo seria a mecânica quântica. O que descobriram segunda-feira foi evidência da ressonância do espaço-tempo do universo primitivo, o que chamamos de ondas gravitacionais do período fundamental, e foi assim que eles descobriram. Essas ondas diminuíram há muito tempo. Se você sair para uma caminhada, você não se contorce. Essas ondas gravitacionais na estrutura do espaço são totalmente invisíveis para todos os propósitos práticos. Mas no início, quando o universo emitia aquele último brilho, as ondas gravitacionais colocaram pequenas torções na estrutura da luz que nós vemos. Então, ao olhar para o céu noturno cada vez mais longe... Na verdade, estes caras passaram três anos no Polo Sul, olhando diretamente para cima pelo ar mais frio, mais claro e mais limpo que se pode encontrar olhando lá longe no céu noturno e estudando aquele brilho e procurando essas pequenas torções que são o símbolo, o sinal, das ondas gravitacionais, a ressonância do universo primitivo. E na segunda-feira, eles anunciaram que o encontraram.
E o que eu acho mais espetacular nisso não é somente a ressonância, que é incrível. O que é mais maravilhoso, a razão pela qual estou aqui no palco, é que isso nos diz algo profundo sobre o universo primitivo. Isso nos diz que nós e tudo que vemos ao nosso redor somos basicamente uma grande bolha, e essa é a ideia de inflação -- uma grande bolha rodeada de alguma coisa. Essa não é evidência conclusiva para a inflação, mas qualquer coisa que não seja inflação que explique isso teria a mesma aparência. Essa é uma teoria, uma ideia, que está por aí há um tempo, e nunca imaginamos que realmente veríamos. Por bons motivos, pensamos que nunca veríamos evidência definitiva, e isso é evidência definitiva.
Mas a ideia muito louca é que nossa bolha é só uma bolha num poço muito grande e turvo de matéria universal. Nós nunca vamos ver o que está lá fora, mas indo ao Polo Sul e passando três anos observando a estrutura detalhada do céu noturno, nós podemos entender que estamos num universo que é mais ou menos assim. E isso me surpreende.
Muito obrigado.
(Aplausos)
[Via BBA]
Se olharmos o céu noturno lá longe, vemos estrelas, e se olharmos mais longe, vemos mais estrelas, e mais longe, galáxias, e mais longe, mais galáxias. Mas se continuarmos olhando cada vez mais longe, chega uma hora em que não vemos nada por um tempo, até que, finalmente, vemos um brilho fraco, quase desaparecendo e esse é o brilho do Big Bang.
Bem, o Big Bang foi uma época no início do universo quando tudo que vemos no céu noturno estava condensado em uma massa incrivelmente pequena, quente e turva e dela surgiu tudo o que vemos.
Bem, nós mapeamos esse brilho com grande precisão, e quando digo nós, quero dizer pessoas que não sou eu. Nós mapeamos o brilho com precisão espetacular, e uma das grandes surpresas é que ele é quase completamente uniforme. 14 bilhões de anos-luz para lá e 14 bilhões de anos-luz para cá, é a mesma temperatura. Agora já se passaram 13 bilhões de anos desde o Big Bang, e assim ele ficou fraco e frio. Atualmente são 2,7 graus. Mas não 2,7 graus exatamente. São só 2,7 graus mais ou menos em 10 partes por milhão. Para cá é um pouco mais quente, e para lá, um pouco mais frio, e isso é incrivelmente importante a todos neste salão, porque onde estava um pouco mais quente, havia mais matéria, e onde havia mais matéria, nós temos as galáxias e os conjuntos de galáxias e superconjuntos e toda a estrutura que vemos no cosmo. E aquelas pequenas heterogeneidades, 20 partes em um milhão, elas foram formadas por torções quânticas naquele universo primitivo que estava em expansão ao longo de todo o comprimento do cosmo. Isso é espetacular.
E não foi isso que eles descobriram na segunda-feira; o que descobriram é mais legal. Foi isto que eles descobriram na segunda: Imaginem um sino, e vocês acertam o sino com um martelo. O que acontece? Ele ressoa. Mas se esperarmos, o som diminui e diminui cada vez mais até que nem conseguimos mais notar. Agora, o universo primitivo era incrivelmente denso, como um metal, muito mais denso, e se o acertássemos, ele ressoaria, mas a coisa que ressoaria seria a própria estrutura do espaço-tempo, e o martelo seria a mecânica quântica. O que descobriram segunda-feira foi evidência da ressonância do espaço-tempo do universo primitivo, o que chamamos de ondas gravitacionais do período fundamental, e foi assim que eles descobriram. Essas ondas diminuíram há muito tempo. Se você sair para uma caminhada, você não se contorce. Essas ondas gravitacionais na estrutura do espaço são totalmente invisíveis para todos os propósitos práticos. Mas no início, quando o universo emitia aquele último brilho, as ondas gravitacionais colocaram pequenas torções na estrutura da luz que nós vemos. Então, ao olhar para o céu noturno cada vez mais longe... Na verdade, estes caras passaram três anos no Polo Sul, olhando diretamente para cima pelo ar mais frio, mais claro e mais limpo que se pode encontrar olhando lá longe no céu noturno e estudando aquele brilho e procurando essas pequenas torções que são o símbolo, o sinal, das ondas gravitacionais, a ressonância do universo primitivo. E na segunda-feira, eles anunciaram que o encontraram.
E o que eu acho mais espetacular nisso não é somente a ressonância, que é incrível. O que é mais maravilhoso, a razão pela qual estou aqui no palco, é que isso nos diz algo profundo sobre o universo primitivo. Isso nos diz que nós e tudo que vemos ao nosso redor somos basicamente uma grande bolha, e essa é a ideia de inflação -- uma grande bolha rodeada de alguma coisa. Essa não é evidência conclusiva para a inflação, mas qualquer coisa que não seja inflação que explique isso teria a mesma aparência. Essa é uma teoria, uma ideia, que está por aí há um tempo, e nunca imaginamos que realmente veríamos. Por bons motivos, pensamos que nunca veríamos evidência definitiva, e isso é evidência definitiva.
Mas a ideia muito louca é que nossa bolha é só uma bolha num poço muito grande e turvo de matéria universal. Nós nunca vamos ver o que está lá fora, mas indo ao Polo Sul e passando três anos observando a estrutura detalhada do céu noturno, nós podemos entender que estamos num universo que é mais ou menos assim. E isso me surpreende.
Muito obrigado.
(Aplausos)
[Via BBA]
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